quarta-feira, 23 de julho de 2014

PESQUISA SALARIAL  



Entre as diversas ferramentas usadas pelas empresas para otimizarem seu tempo, a Pesquisa Salarial está entre elas. É ela quem possibilita às organizações terem acesso a informações confiáveis sobre as práticas de remuneração do mercado de trabalho, gerando ricas análises no nível de competitividade dos salários e benefícios oferecidos, assim como uma comparação com as demais práticas de gestão de pessoas.

Fábio Mandarano, gerente sênior da área de Gestão de Capital Humano da Deloitte, acredita na necessidade do monitoramento da evolução salarial no mercado de trabalho para que as empresas compatibilizem suas práticas de gestão de pessoas com as tendências de mercado.

“A pesquisa salarial é um dos estudos mais importantes na gestão de pessoas, um verdadeiro instrumento balizador para a definição da política salarial da empresa”. Visando a estruturação de cargos nas empresas, a descrição e avaliação dos mesmos, assim como as curvas e tabelas salariais de referência e simulações de custo de enquadramento, são algumas das informações que as pesquisas proporcionam.

O resultado auxilia na verificação das diferenças salariais existentes no mercado, bem como o emprego de remunerações inadequadas se comparados aos níveis de responsabilidades nas empresas. “A falta do equilíbrio interno geralmente traz problemas mais graves que o desequilíbrio externo”, afirma Fábio.

 Os desafios da gestão salarial

Fato é que a administração salarial é uma atividade que busca manter o equilíbrio (interno e externo) dos salários e dos benefícios, de forma que os empregados sintam-se reconhecidos, de maneira justa e equilibrada. Porém, a manutenção do “poder de compra” dos salários tem sido um dos grandes desafios dos profissionais da área de RH nos últimos anos. 

Observa-se que, de uma forma geral, os salários não têm conseguido manter seu poder de compra devido a uma série de fatores, entre eles, a negociação dos acordos coletivos com percentuais de reajustes muitas vezes abaixo da inflação, a substituição de profissionais com salários mais elevados e com maior experiência por outros menos experientes e com salários mais baixos, redução ou eliminação dos aumentos reais por mérito, tempo de casa ou promoção, criação de cargos em posição inferior na tabela salarial e falta de atualização da tabela de desconto do Imposto de Renda por alguns anos.

PESQUISA SALARIAL JOB EMPREGO

quinta-feira, 17 de julho de 2014


Os profissionais devem dar limites ao sucesso? 

Por Patrícia Bispo para o RH.com.br

Já escutei várias versões sobre o entendimento do sucesso e cada pessoa que a conceitua ou tenta, apresenta sempre uma peculiaridade a esse conceito. Para alguns, o sucesso apresenta-se em uma conta bancária robusta. Para outros, status diante da sociedade.

No ambiente organizacional, pode ser compreendido como uma promoção a um cargo de direção. Seja qual for o conceito ou compreensão dada ao sucesso, as pessoas que o buscam têm algo em comum: abdicam de várias coisa que adoram fazer até chegar a onde desejam.
A questão seria até simples, se os indivíduos conseguissem tornar a conquista do sucesso em uma "jornada" sempre saudável. Contudo, alguns optam por escolham que ao término do "caminho" cobra um preço, por vezes, alto demais: afastamento das pessoas mais queridas, isolamento e até mesmo prejuízos à saúde física e mental.

Para falar sobre este assunto, o RH.com.br entrevistou Irlei Wiesel, coach, especialista em educação corporativa e escritora. Recentemente, ela lançou o livro "Quando a Saúde Adoece - Cuide-se antes que você adoeça", Imprensa Livre, que traz em seu conteúdo a questão do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e que destaca a importância se dar um novo significado aos valores, identificar as causas e as possíveis soluções para as pessoas que se deixam absorver completamente por projetos que as consomem.
"O mercado está conseguindo explorar a capacidade técnica dos profissionais, exigindo deles o melhor e o custo disso é o aumento de pessoas infelizes, levando uma vida sem significado, vazia e perdida", alerta a especialista.

Durante a entrevista Irlei Wiesel apresenta reflexões que podem ajudá-lo a refletir sobre a postura que você tem adotado em relação à sua carreira e até que ponto ela está sendo saudável ou não. Tenha uma agradável leitura!

RH.com.br - Sempre ouvimos as pessoas comentarem que desejam alcançar o sucesso. Isso já se tornou uma obsessão no universo organizacional?
Irlei Wiesel - Sim, a busca pelo sucesso é uma obsessão do contrário seria uma busca livre, natural e saudável. Temos duas formas de obsessão. A primeira é a auto-obsessão que é a exigência exagerada que impomos a nós mesmos e a segunda é obsessão no ambiente de trabalho ou social em que somos obrigados e cobrados a demonstrar habilidades e estrelismo que insinuam um determinado poder e capacidade acima da média. Infelizmente é uma obsessão desleal, pois fere a pessoa por desconsiderar o valor humano e privilegiar a aparência. Precisamos aparentar sucesso para vender uma imagem comprável. Ser feliz ou não, não é a propriedade nesta obsessão.

RH - O que tem contribuído para que as pessoas se sacrifiquem tanto pelo sucesso?
Irlei Wiesel - O foco ilusório é um dos motivos. Se aposta no interesse comercial da imagem pública e, também pessoal. Vende-se uma imagem comprável. Não é necessário que a imagem que está à venda seja feliz, o que importa é que esteja disposta a sacrificar a essência pelo sucesso. Desta forma, a pessoa distancia-se de forma cruel daquilo que sonhava ser e ter quando criança. Na obsessão a inocência e a pureza dão lugar à aparência. Por isso, o foco é ilusório. É quando surge a mentira motivada pela aparência. Este movimento não pode ser mais vazio.

RH - A busca desmedida pelo sucesso passa pela perda de valores?
Irlei Wiesel - Sim, porque se aprende rapidamente a enterrar a alma. Com isso, a probabilidade de se focar cegamente é inevitável. O mercado está conseguindo explorar a capacidade técnica dos profissionais exigindo deles o melhor e o custo disso é o aumento de pessoas infelizes, levando uma vida sem significado, vazia e perdida. A pessoa se esquece da alma no caminho do sucesso A dor avança mesmo quando tentamos sufocá-la com as conquistas advindas pelos louros do sucesso.

RH - Nesse percurso, na busca pelo sucesso, o preço a ser pago sempre impacta mais no campo orgânico ou emocional do indivíduo?
Irlei Wiesel - Impacta porque somos seres espirituais vivendo experiências humanas. Seres espirituais possuem necessidades especiais. É necessário abrir espaço para o afeto, a colaboração, o entusiasmo, o bem querer, a ternura, o elogio, o abraço, o carinho e muito mais. Porém no mundo do sucesso a qualquer preço o espaço é dado à competição, ao individualismo, à arrogância, à ansiedade, à correria, às metas exageradas.
E pergunto: estamos correndo para onde?
Não encontrarmos significado no que fazemos por isso e, então, definhamos. Inconscientemente desejamos morrer para podermos ser novamente o que somos na essência. Por isso, adoecer é a resposta que o organismo apresenta para que acordemos. Os sentimentos são a base da nossa trajetória e na busca pelo sucesso indiscriminado eles são abafados. E, sabemos que a matéria, os objetos, os títulos, as conquistas externas são incapaz de silenciar nossa ânsia de entender nossa tristeza, dor, medo, insegurança, depressão, rancor e ódio.

RH - Qual o perfil dos profissionais que geralmente têm a saúde prejudicada em favor do sucesso?
Irlei Wiesel - Diria que são todas aquelas pessoas que decidem correr sem carregar-se consigo. RH - Quando a saúde é abalada, o desempenho cai rapidamente ou isso dependerá de cada caso? Irlei Wiesel - Depende de cada caso, mas no geral quando o desempenho é afetado o desespero aparece. Fica impossível sobreviver e disfarçá-lo. O sucesso da aparência é desconstruído rapidamente e o fundo do poço começa a ser avistado. Sabemos que lá não há companhias que possam alavancar a carreira. Por isso, cair tão fundo provoca reações espontâneas que diferem de cada pessoa.

RH - O corpo costuma apresentar sinais claros que a busca pelo sucesso está sendo nocivo à saúde?
Irlei Wiesel - Sim. Esses sinais se revelam através do cansaço, da ansiedade, do pânico, da raiva, da insônia, de falar ou mesmo calar exageradamente, entre outros. Podem surgir, ainda, doenças como: úlcera, ataques cardíacos, derrames, elevação das taxas aumentadas.

RH - Quando esses sinais são externados pelo corpo, o que se deve fazer?
Irlei Wiesel - Parar, aceitar, respeitar seus próprios limites. A pessoas deve se perguntar diariamente: "O que devo fazer?". A resposta virá.

RH - Se por um lado há quem se sacrifique ao extremo para alcançar o sucesso, há as empresas que investem na melhoria da qualidade de vida dos talentos. Essas ações têm surtido efeitos expressivos na vida das pessoas?
Irlei Wiesel - Sim, de fato é incrível este movimento contrário ao estabelecido como verdade absoluta. Defendo o incentivo pela busca do talento. Insisto que este trabalho deve começar na escola, junto às séries iniciais. As empresas que priorizam a alma, o coração, a espiritualidade, o talento e a criativas estão auxiliando os colaboradores a cuidarem-se antes que adoeçam e isso eu falo em um dos meus livros.

RH - Por falar em livros, recentemente, a senhora lançou mais uma obra "Quando a Saúde Adoece - Cuide-se antes que você adoeça" e que aborda a relação saúde-trabalho. Que ações profiláticas o profissional pode adotar para alcançar o sucesso e preservar a saúde?
Irlei Wiesel - Poderíamos destacar como ações preventivas: manter um olho no mercado e o outro no coração; respeitar o desconforto causado por uma escolha; desconfiar do marketing e do que a maioria busca; entender que a calma e a quietude é sinal positivo; dizer não aos outros e sim a si mesmo; buscar ferramentas que aprimorem o autoconhecimento; investir pesado no equilíbrio das emoções; fugir da falsidade do culto à aparência; desenvolver um senso crítico não para julgar, mas para observar; aprender a riqueza e o luxo da paciência; procurar espaços que ofereçam a oportunidade de desenvolvimento do sucesso da alma; agradecer e valorizar o que já se conquistou; reconhecer que a vida tem um propósito maior para nós e que vai muito além da aparência.

RH - A senhora também faz uma abordagem interessante ao destacar que a alma também adoece. O que isso significa?
Irlei Wiesel - É quando mentimos que estamos felizes, nos iludimos que estamos fazendo da nossa vida o que acordamos ao nascermos para ela, é quando obstruímos as estradas, pontes e ruelas que nos ligam à agenda pessoal. A alma não aguenta tanta ingratidão e cinismo. Ela não interfere nas escolhas erradas e ilusórias que fazemos. O que ela pode fazer é adoecer para ver se acordamos. É duro abandonar quem nos acompanha com um fim tão nobre. A alma é nossa bússola neste mundo com motivações tão sedutoras